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CÂMARA

PSOL fala em ''flagrante ilegalidade'' após saída de Zambelli do país e pede punição à Corregedoria

Legenda ressalta que anúncio da bolsonarista ocorreu 20 dias após a parlamentar ser condenada, pelo STF, a 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça

A bancada do PSOL acionou a Corregedoria da Câmara dos Deputados para questionar a saída da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) do Brasil.

A legenda fala em "flagrante ilegalidade" e afirma que a bolsonarista "desrespeitou o Código de Ética e Decoro Parlamentar ao não zelar pelo prestígio das instituições democráticas e por não exercer o mandato com dignidade, boa-fé e probidade". O documento foi entregue ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB) nesta terça-feira.

No documento enviado ao Corregedor Parlamentar, Diego Coronel, por iniciativa da líder da bancada, deputada Talíria Petrone, o PSOL ressalta que as ações de Zambelli são "puníveis" de acordo com o Código.

O anúncio de que Zambelli deixou o país foi feito 20 dias após a parlamentar ser condenada, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a 10 anos de prisão pela invasão aos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Investigadores que acompanham o caso de Zambelli trabalham com a hipótese de que ela deixou o país por uma rota terrestre que incluiu a cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, e a fronteira com a Argentina. Segundo apurações preliminares, Zambelli teria atravessado a divisa até a cidade de Puerto Iguazú, a apenas 16 quilômetros do centro de Foz do Iguaçu, antes de seguir rumo a Ezeiza, na província de Buenos Aires. De lá, embarcou com destino aos Estados Unidos.

Zambelli afirmou que deixou o Brasil e está na Europa nesta terça-feira, em entrevista à Rádio Auriverde. Segundo a parlamentar, sua saída do país ocorreu inicialmente para tratar um problema de saúde. No entanto, ela também alegou estar sendo alvo de "perseguição judicial", após ter sido condenada.

O Globo apurou que Procuradoria-Geral da República (PGR) deve pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira, a prisão preventiva da deputada federal. Após a manifestação da PGR, caberá ao STF decidir sobre a prisão.

O advogado de Zambelli, Daniel Bialski, confirmou que foi informado da viagem, e disse que ela deixou o país “para dar continuidade a um tratamento de saúde”. Ele disse que, "por motivo de foro íntimo", deixou a defesa da deputada.

Apesar de ter tido o aporte apreendido em 2023, o documento foi posteriormente devolvido pelo STF.

Zambelli deixou o país antes da conclusão do julgamento de todos os recursos contra sua condenação, que pode resultar em prisão e na perda do mandato parlamentar. A sentença foi motivada por seu envolvimento em invasões ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli e o hacker Walter Delgatti foram responsáveis por elaborar e inserir diversos documentos falsos no sistema do CNJ. Entre eles, um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes, redigido como se tivesse sido assinado pelo próprio magistrado. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ.

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