PGR solicita nome de Zambelli na Interpol, sequestro de bens e apreensão de aporte
Deputada anunciou que deixou o Brasil e que irá se licenciar do mandato; STF terá que analisar prisão
Ao se manifestar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a favor da prisão preventiva da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu a inclusão do nome da parlamentar na lista vermelha da Interpol e a suspensão de seu aporte.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também pediu o sequestro de bens e valores de Zambelli. A medida teria como objetivo de garantir a reparação do dano apontado na denúncia pela qual foi condenada pela Corte, no último dia 14 de maio.
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O pedido de prisão preventiva deverá ser apreciado pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal que levou à condenação de Zambelli.
Zambelli afirmou que deixou o Brasil e está na Europa nesta terça-feira, em entrevista à Rádio Auriverde. Segundo a parlamentar, sua saída do país ocorreu inicialmente para tratar um problema de saúde. No entanto, ela também alegou estar sendo alvo de "perseguição judicial", após ter sido condenada.
Após o anúncio de que teria saído do Brasil, a PGR pediu ao Supremo a prisão preventiva da parlamentar. No pedido encaminhado ao STF, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, afirma que a imposição da prisão cautelar não representa uma antecipação da pena imposta a ela pela Primeira Turma, mas uma medida necessária para garantir a aplicação da lei.
Investigadores que acompanham o caso trabalham com a hipótese de que ela deixou o país por uma rota terrestre que incluiu a cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, e a fronteira com a Argentina. Segundo apurações preliminares, Zambelli teria atravessado a divisa até a cidade de Puerto Iguazú, a apenas 16 quilômetros do centro de Foz do Iguaçu, antes de seguir rumo a Ezeiza, na província de Buenos Aires. De lá, embarcou com destino aos Estados Unidos.
Por unanimidade, a Primeira Turma da Corte condenou Zambelli e o hacker Walter Delgatti pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica. A condenação prevê 10 anos de prisão em regime fechado, além da perda do mandato parlamentar por 8 anos. O colegiado seguiu o voto do relator, ministro Alexandre de Moraes.