PF apura ameaças de morte recebidas pela bancada feminina da Alesp
Conduta será investigada por setor de crimes cibernéticos a pedido de parlamentar do PT
A Polícia Federal, por meio do setor de combate a crimes cibernéticos, apura a autoria de e-mail com ameaças de morte, tortura e estupro enviado a toda a bancada feminina da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp).
O caso ocorreu no sábado, 31, e já está sendo apurado pela Polícia Civil, que o registrou como "ameaça, injúria racial e falsa identidade".
O pedido de atuação do órgão federal partiu da deputada estadual Beth Sahão (PT), que oficiou o diretor Otavio Margonari Russo nesta quarta-feira (3). A PF comunicou que o relato está sendo apurado internamente, em uma etapa que antecede a abertura de inquérito. Ainda não foram divulgados nomes de suspeitos.
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— O que chama a atenção é que esse tipo de violência, que se manifesta na forma de uma ameaça às nossas vidas, é sempre direcionado às mulheres. É fundamental que esse caso seja investigado a fundo, para que não tenhamos uma tragédia, como tantas que já vimos em nosso país — declarou a deputada.
As deputadas relataram o episódio nas redes sociais, através de uma nota conjunta. Segundo elas, algumas parlamentares já haviam sido alvo desse tipo de prática antes, mas esta foi a primeira vez que um ataque é direcionado a todas as mulheres da Casa.
O material continha referências nazistas e ofensas direcionadas a diversas deputadas, além das ameaças diretas a toda a bancada. Parlamentares de praticamente todos os partidos, do PT ao PL, manifestaram repúdio.
"Nenhuma agressão pode ser tolerada", declarou o presidente da Alesp, André do Prado (PL).
O caso foi informado à presidência da Alesp e à Polícia Civil. A Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP) disse que agentes apreenderam um computador e um celular na residência de um suspeito de 28 anos que não teve o nome divulgado publicamente.
A bancada feminina no Legislativo paulista tem crescido nos últimos anos. O número de mulheres saltou de 11 para 24, entre os anos de 2014 e 2022. Elas, contudo, ainda são minoria na Casa, formada atualmente por 70 homens.