Na Europa, Carla Zambelli chegou a ter aporte apreendido em 2023
STF devolveu o documento à deputada, que foi condenada a 10 anos de prisão, mas não estava impedida de deixar o país
Apesar de condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) viajou para a Itália, na Europa, sem restrições de deixar o país. Zambelli chegou a ter seu aporte apreendido em 2023, mas posteriormente devolvido pelo STF.
A retenção assinada pelo ministro Alexandre de Moraes em agosto daquele ano atendeu um pedido da Polícia Federal (STF), que investigava a parlamentar pela invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mesmo motivo que levou a sua sentença.
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O advogado de Zambelli, Daniel Bialski, confirmou que foi informado da viagem, e disse que ela deixou o país “para dar continuidade a um tratamento de saúde”.
Zambelli deixou o país antes da conclusão do julgamento de todos os recursos contra sua condenação, que pode resultar em prisão e na perda do mandato parlamentar. A sentença foi motivada por seu envolvimento em invasões ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), Zambelli e o hacker Walter Delgatti foram responsáveis por elaborar e inserir diversos documentos falsos no sistema do CNJ. Entre eles, um mandado de prisão forjado contra o ministro Alexandre de Moraes, redigido como se tivesse sido assinado pelo próprio magistrado. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão, vinculado ao CNJ.
Logo após a condenação, ela deu uma entrevista coletiva em São Paulo, criticando a sentença. Esta foi sua última aparição pública no Brasil.