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POLÍTICA

Braga Netto será o único interrogado por videoconferência entre os réus da trama golpista

General está preso em unidade militar no Rio de Janeiro e prestará depoimento a distância

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Preso desde o final do ano ado, o general Walter Braga Netto será o único réu investigado por participação no núcleo crucial da trama golpista a ser interrogado por videoconferência. O depoimento do miliar deverá ser o último dos oito que serão ouvidos nesta semana. Outros acusados deverão prestar esclarecimentos presencialmente na sede do Supremo Tribunal Federal (STF) a partir desta segunda-feira (09/06).

Ex-integrante do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Braga Netto está detido desde dezembro em uma unidade na Vila Militar, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo. Ele foi preso após a conclusão da investigação da trama golpista pela Polícia Federal, que afirmou que o general tentou conseguir "informações sobre o acordo de colaboração" do tenente-coronel Mauro Cid.

Em sua delação premiada, Cid também afirmou que Braga Netto distribuiu, dentro de uma caixa de vinho, dinheiro para financiar o plano "Punhal Verde-Amarelo", que planejava matar Moraes, o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.

A decisão de manter o militar detido tem sido contestada pela defesa, que afirma que não há motivos para ele continuar preso há mais de cinco meses. Os pedidos de soltura foram negados por Moraes até o momento. O magistrado também rejeitou na última quinta-feira uma solicitação para o adiamento dos interrogatórios dos réus da ação penal da trama golpista.

Saiba como serão os interrogatórios

Os demais réus e seus advogados estarão ao mesmo tempo na sala de audiências da Primeira Turma da Corte, local onde os julgamentos da trama golpista vêm ocorrendo. Os interrogatórios terão início com o depoimento de Cid, que será ouvido primeiro por ter colaborado através do acordo de delação premiada. Na sequência, serão ouvidos em ordem alfabética:

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e deputado federal;
  • Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal (DF);
  • Augusto Heleno, ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Jair Bolsonaro;
  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, além de candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022.

As falas serão transmitidas ao vivo pela TV Justiça e pelo canal do YouTube do Supremo e terão início a partir das 14h desta segunda-feira. Caso os interrogatórios não sejam concluídos no primeiro dia, outras quatro sessões também foram marcadas para acontecerem nas seguintes datas: 10/06 às 9h; 11/06 às 8h; 12/06 às 9h e 13/6 às 9h.

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