Trump descarta demitir Powell enquanto pressiona por corte de juros
Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos, vai se reunir terça-feira e quarta-feira, aumentando pressão sob presidente da instituição
O presidente Donald Trump afirmou que não pretende demitir o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, apesar das críticas constantes sobre a taxas de juros.
“Por que eu faria isso?”, disse Trump em entrevista ao programa Meet the Press, da NBC, com Kristen Welker, exibida neste domingo. “Em pouco tempo eu poderei substituí-lo.”
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Na quarta-feira, Trump voltou a criticar o chefe do banco central, enquanto enfrenta uma crescente pressão decorrente da reação negativa à ampla aplicação de tarifas comerciais.
O mandato de Powell como presidente do Fed termina em maio de 2026. É esperado que os dirigentes do Fed mantenham as taxas de juros inalteradas quando se reunirem em Washington na terça e quarta-feira.
Embora haja um aumento nas preocupações sobre uma possível recessão, dados divulgados pelo governo na sexta-feira mostraram um crescimento robusto de 177 mil empregos em abril.
Caso o Fed decida realmente não cortar os juros, Powell — nomeado por Trump em 2018 — poderá enfrentar ainda mais pressão.
Na entrevista gravada na sexta-feira, Trump disse que Powell não quer reduzir os juros “porque ele não gosta de mim. Sabe, ele simplesmente não gosta de mim porque eu acho que ele é um cara completamente travado.”
Segundo a Bloomberg, assessores seniores, incluindo o secretário do Tesouro, Scott Bessent, vêm pressionando Trump em conversas privadas para acalmar os mercados, deixando claro que ele não pretende demitir Powell.
Em meados de abril, Trump gerou apreensão ao dizer em uma postagem nas redes sociais que “a demissão de Powell não pode acontecer rápido o suficiente!”, seguida de declarações a repórteres no Salão Oval: “Se eu quiser tirá-lo, ele sai rapidinho, acredite.”
Trump também defendeu as deportações em massa de imigrantes sem documentos e reclamou de decisões judiciais que obrigam o governo a garantir o devido processo legal antes da deportação.
Questionado se precisa respeitar a Constituição, Trump respondeu: “Eu não sei":
-- Tenho advogados brilhantes trabalhando para mim, e eles obviamente vão seguir o que a Suprema Corte decidir.
Trump também defendeu sua política tarifária, dizendo que empresas estão começando a transferir instalações de produção para os Estados Unidos. Acrescentou que não descarta tornar as tarifas permanentes.
O presidente foi novamente questionado sobre a possibilidade de concorrer a um terceiro mandato, embora isso seja proibido pela Constituição. Em 30 de março, ele disse à NBC que “muita gente quer que eu faça isso”, mas que ainda era cedo para decidir. No domingo, ele pareceu descartar a ideia.
-- Isso não é algo que estou buscando -- afirmou, citando o vice-presidente JD Vance e o secretário de Estado Marco Rubio como possíveis sucessores. -- Quero fazer quatro grandes anos e ar o bastão para alguém, de preferência um grande republicano para dar continuidade.