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OPINIÃO

Economia prateada em alta: brasileiros 50+ impulsionam o empreendedorismo

Experientes, resilientes e com capital acumulado, brasileiros acima dos 50 anos estão cada vez mais se reinventando no cenário profissional. A chamada economia prateada - termo que se refere ao potencial econômico e social das pessoas com mais de 50 anos - vem ganhando protagonismo no Brasil. O aumento da expectativa de vida, a queda na taxa de natalidade e o desejo de manter a independência financeira têm impulsionado esse público a abrir negócios, voltar a estudar e transformar a maturidade em ativo valioso para o mercado.

Esse movimento acompanha mudanças profundas na estrutura da sociedade e nas relações com o trabalho. Além de representar um contingente crescente da população, os 50+ possuem uma combinação poderosa de experiência de vida, redes de contato sólidas, mais clareza sobre seus talentos e, em muitos casos, capital acumulado ao longo da carreira. Tudo isso pode ser redirecionado com planejamento, propósito e segurança. Esse reposicionamento não é apenas possível, como necessário.

Esse público chega à maturidade com uma bagagem rica, mas muitas vezes falta confiança e orientação para transformar tudo isso em um negócio rentável e sustentável. Ele tem acompanhado de perto histórias de reinvenção, onde a experiência se torna diferencial competitivo e o tempo a a ser um aliado - não um obstáculo.

Dados do Sebrae e do IBGE reforçam essa tendência. O número de empreendedores com mais de 50 anos cresce ano após ano, puxado por fatores como o aumento da longevidade e mudanças nas regras da previdência social. Hoje, a população 50+ já representa cerca de 25% dos brasileiros e responde por aproximadamente 40% do consumo nacional.

Além do poder de compra, dois outros fatores fazem desse público um grande mercado para quem deseja empreender ou investir nele: a taxa de natalidade está em queda contínua, e a expectativa de vida está em alta. Isso significa que, ao longo dos próximos anos, a proporção de pessoas com mais de 50 anos continuará aumentando, enquanto a população mais jovem deve diminuir.

Esse cenário não só representa uma oportunidade para quem deseja empreender após os 50, como também um excelente campo de investimento para marcas e empresas que desejam atender um público maduro, exigente, com mais tempo livre e poder de compra. Saúde, turismo, educação, finanças, bem-estar e tecnologia voltada para o envelhecimento são áreas especialmente promissoras.

A educação continuada também ganha destaque. Plataformas online, universidades e cursos livres têm sido procurados por esse público, que vê no conhecimento uma ferramenta de empoderamento e atualização. Voltar a estudar aos 50 ou 60 anos deixou de ser exceção para se tornar uma estratégia comum entre quem busca se recolocar, empreender ou dar um novo rumo à própria trajetória profissional.

O importante é que esse processo seja feito com consciência e segurança. Para Sandro Alves, “empreender na maturidade exige planejamento, análise de riscos e, acima de tudo, alinhamento com seus valores e estilo de vida”.

A economia prateada chegou para ficar. Os brasileiros 50+ estão redefinindo o conceito de envelhecimento ao mostrar que é possível - e desejável - seguir ativos, aprendendo, empreendendo e contribuindo para a sociedade. O tempo não é um fim, mas um ponto de partida para uma nova fase: mais livre, mais consciente e cheia de possibilidades. Nunca é tarde para recomeçar.

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