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HER2-positivo

Novo tratamento é descoberto para alguns tipos agressivos de câncer de mama

Nova abordagem utiliza outro medicamento: anticorpo combinado com quimioterapia

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Um novo tratamento reduz o risco de progressão ou morte em quase metade em alguns tipos de câncer de mama para os quais não houve grandes avanços em medicamentos em mais de uma década, informou um grupo de pesquisadores nesta segunda-feira (2). Os resultados do estudo, apresentados na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica, serão submetidos às agências reguladoras.

Os cientistas estão esperançosos de, que em breve, terão uma nova terapia para pessoas com câncer de mama metastático HER2-positivo, um tipo agressivo que representa de 15 a 20% de todos os casos da doença. Os cânceres HER2-positivos são alimentados por um gene HER2 hiperativo, que produz uma proteína em excesso que ajuda as células cancerígenas a crescer e se espalhar.

Pacientes com câncer de mama HER2-positivo que se espalhou para outras partes do corpo vivem em média cinco anos.

"Foi impressionante para nós ver uma melhora tão significativa", "quase dobrando o tempo que os pacientes conseguiam ter o câncer sob controle", disse à AFP a oncologista Sara Tolaney, chefe da divisão de oncologia mamária do Instituto de Câncer Dana-Farber.

O tratamento padrão atual, conhecido como THP, combina quimioterapia com dois anticorpos que bloqueiam os sinais de crescimento da proteína HER2. A nova abordagem utiliza outro medicamento (T-DXd), um anticorpo combinado com quimioterapia.

"Bomba inteligente"
Essa estratégia de "bomba inteligente" permite que o medicamento atinja diretamente as células cancerígenas.

"Ela se liga à célula cancerígena e istra toda a quimioterapia diretamente a ela", explica Tolaney. "Algumas pessoas as chamam de bombas inteligentes porque istram a quimioterapia seletivamente, e é por isso que acredito que podemos aumentar tanto a eficácia", acrescentou.

Os efeitos colaterais mais comuns são náusea, diarreia e queda nos glóbulos brancos. Às vezes, também causa cicatrizes pulmonares. O T-DXd já foi aprovado como segunda opção, para quando os tratamentos de primeira linha deixam de funcionar. Mas, no novo estudo, ele foi istrado antes, juntamente com outro anticorpo, o pertuzumabe.

Em um estudo liderado por Tolaney, pouco menos de 400 pacientes foram aleatoriamente designados para receber T-DXd em combinação com pertuzumabe, o que se acredita potencializar seus efeitos. Um número semelhante recebeu tratamento padrão com THP. Um terceiro grupo, que recebeu T-DXd sem pertuzumabe, também foi incluído, mas os resultados ainda não foram relatados.

Em um acompanhamento de 2,5 anos, a combinação de T-DXd e pertuzumabe reduziu o risco de progressão da doença ou morte em 44% em comparação com o tratamento padrão.

15% dos pacientes no grupo T-DXd viram o câncer desaparecer completamente, em comparação com 8,5% no grupo THP. Além disso, em metade dos pacientes, o câncer recorreu ou piorou após uma média de 40,7 meses, em comparação com 26,9 meses com o tratamento padrão. Especialistas acreditam que essa diferença pode se tornar ainda maior.

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