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RIO DE JANEIRO

Justiça mantém prisão do modelo Bruno Krupp, acusado de tentar matar estudante em saída de boate

Modelo e restante do grupo foram denunciados por tentativa de homicídio por motivo torpe e meio cruel

O Tribunal de Justiça do Rio manteve a prisão do modelo Bruno Krupp, réu por tentativa de homicídio do estudante Pedro Jordão, no mês ado na saída de uma boate na Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona Sul do Rio de Janeiro.

A decisão foi do juiz Pedro Ivo Martins Caruso durante a audiência de custódia. Ele negou o pedido dos advogados de Krupp de revogar a prisão do modelo. A defesa alegou que a inexistência de indícios mínimos de autoria do crime e que a soltura não põe em risco à ordem pública.

Testemunhas contaram à Polícia Civil, que enquanto um grupo espancava violentamente um jovem na saída de uma boate na Lagoa, o modelo Bruno Krupp incentivou o grupo a matá-lo.

O relato está na denúncia do Ministério Público, aceita pela Justiça do Rio e que tornou réu seis pessoas, entre eles Krupp, por tentativa de homicídio por motivo torpe e meio cruel. Caso sejam condenados, a pena pode chegar a 20 anos de prisão.

Segundo as investigações, a vítima teve uma pequena discussão no interior de uma das maiores boates da Zona Sul do Rio. Na saída, o estudante de Direito Pedro Rodrigues, de 25 anos, foi brutalmente espancado.

Caído no chão e desacordado, foi golpeado com 22 pisões no rosto, e diversos chutes na cabeça, enquanto parte do grupo gritava para que os agressores o matassem. Ele ficou um dia internado e quatro dias sem conseguir se mexer de tanta dor.

Segundo a denúncia, Krupp não agrediu o jovem, mas junto de uma das namoradas do homens que espancaram o estudante, incentivou as agressões. Luma Melo Rajão também foi vista por testemunhas gritando a favor da brutalidade: "Pega ele! Mata o gorducho", narra a denúncia.

Luma estava acompanhada de Pedro Vasconcelos do Amaral, líder do bando, e que segundo o MP., pisoteou a cabeça do jovem. Antes das agressões as pessoas falaram ao estudante que o homem era "perigoso" e que ele "não sabia com quem estava mexendo". Pedro ainda vai responder por assalto, já que roubou o boné da vítima depois de pisotear a cabeça do jovem.

Também foram denunciados Arthur Velloso Araujo, Felipe de Souza Monteiro e o colombiano Jacobo Pareja Rodriguez. As agressões foram registradas por câmeras de segurança e as imagens mostram a barbárie dos criminosos.

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A investigação identificou que os envolvidos possuíam diversas agens por estelionato, extorsão, tráfico de drogas, ameaça, dano, lesão corporal, roubo, ameaça, receptação e tentativa de homicídio. Um deles, Pedro Vasconcelos do Amaral, conhecido como Rebordão, tem anotações roubo, tráfico de drogas, violência doméstica e organização criminosa.

— São jovens que tiveram oportunidades na vida que outros gostariam de ter tido. São de classe social alta, famílias abastadas e que escolheram a vida do crime. E com essa escolha, não tem saída: é a prisão — diz a delegada Daniela Terra, titular da 15ª DP (Gávea).

As investigações continuam para localizar os demais envolvidos na agressão.

A Defesa de Bruno Krupp afirma que "ele não integrava o grupo de agressores, que a verdadeira dinâmica do ocorrido será devidamente demonstrada nos autos do processo e que será impetrado habeas corpus em favor de seu cliente". O GLOBO não localizou a defesa dos outros acusados.

Preso por atropelar e matar jovem
O modelo Bruno Fernandes Moreira Krupp foi preso preventivamente, em 2022, após atropelar e matar o adolescente João Gabriel Cardim, de 16 anos, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

Segundo as investigações da 16ª DP (Barra da Tijuca), ele estaria em alta velocidade. Krupp foi acusado de homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.

Ele foi solto oito meses depois, em março de 2023, deixou a Cadeia Pública Pedrolino Werling de Oliveira, conhecida como Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou o pedido da defesa de Bruno Krupp e concedeu o habeas ao modelo. Ele será levado a júri popular.

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