Hamas responde a proposta de cessar-fogo dos EUA oferecendo libertar 10 reféns e entregar 18 corpos
Israel também suspenderia bombardeios por dois meses e retomaria negociações
O Hamas afirmou neste sábado que respondeu a uma proposta de cessar-fogo dos Estados Unidos para pausar a guerra em Gaza por pelo menos 60 dias e libertar cerca de metade dos reféns que ainda estão detidos no território.
O anúncio vem após semanas de esforços de autoridades americanas e outros mediadores para montar uma nova trégua.
Israel encerrou um cessar-fogo de dois meses em meados de março — alegando ime nas negociações sobre os próximos os do acordo — e retomou os ataques ao Hamas enquanto bloqueava a entrada de ajuda humanitária no enclave.
O grupo não informou se aceitou ou rejeitou a proposta, nem se apresentou novas condições que possam ou não ser aceitas por Israel.
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Steve Witkoff, enviado de Donald Trump para o Oriente Médio, apresentou o mais recente plano de cessar-fogo na semana ada.
A proposta prevê a suspensão dos combates por pelo menos dois meses, a libertação de metade dos reféns restantes em troca de prisioneiros palestinos, e o início de novas negociações, com apoio dos EUA, para o fim permanente da guerra.
O Hamas declarou ter enviado uma resposta “após realizar uma rodada de consultas nacionais”, com o objetivo de alcançar um cessar-fogo permanente, a retirada total de Israel da Faixa de Gaza e a garantia do fluxo de ajuda humanitária aos palestinos desesperados e famintos.
Negociadores do Hamas disseram estar dispostos a libertar os reféns restantes em troca do fim da guerra e da retirada completa de Israel do território.
Segundo autoridades israelenses, acredita-se que ainda haja cerca de 20 reféns vivos e os corpos de mais de 30 em Gaza.
O Hamas afirmou que a proposta de Witkoff exigiria a entrega de 10 reféns vivos e os corpos de 18 outros, em troca de um número acordado de prisioneiros palestinos.
Embora o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu tenha afirmado estar disposto a chegar a um cessar-fogo temporário com o Hamas, ele descartou encerrar a guerra a menos que o grupo deponha as armas e envie seus líderes ao exílio.
O Hamas até agora recusou esses termos e exige garantias firmes de que a guerra será encerrada permanentemente.
Pressão internacional
Ambos os lados vêm enfrentando crescente pressão internacional para interromper os combates.
Aliados tradicionais de Israel, incluindo o governo Trump, expressaram crescente impaciência — e até raiva — em relação à guerra prolongada, às condições humanitárias catastróficas em Gaza, que criaram risco de fome, e às ameaças israelenses de ampliar significativamente a ofensiva contra o Hamas.
Desde que retomou a ofensiva em março, Israel matou diversos líderes seniores do Hamas em Gaza.
Criada em fevereiro: Apoiada por EUA e Israel e questionada pela ONU, Fundação Humanitária de Gaza começa a distribuir alimentos no enclave
No mês ado, aviões israelenses bombardearam os arredores do Hospital Europeu, próximo à cidade de Khan Younis, no sul de Gaza, numa tentativa de ass Mohammad Sinwar, um dos principais comandantes militares restantes do Hamas. Nem Israel nem o Hamas confirmaram publicamente o destino dele.
Israel declarou guerra após os ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro de 2023, no sul de Israel, que mataram cerca de 1.200 pessoas e resultaram no sequestro de cerca de 250 reféns, em sua maioria civis.
Em resposta, a ofensiva devastadora de Israel em Gaza já matou mais de 54.000 palestinos, segundo autoridades de saúde palestinas, que não diferenciam civis de combatentes.