Entenda situação de Greta Thunberg após flotilha com ativistas ser apreendida por Israel
Barco Madleen, com bandeira britânica, operado pela FFC, partiu da Sicília sexta (6) e deveria chegar a Gaza no final do dia
Forças israelenses interceptaram um barco humanitário que tentava chegar à Faixa de Gaza, levando a ativista climática sueca Greta Thunberg, Rima Hassan, deputada sa do Parlamento Europeu, e o ativista brasileiro Thiago Ávila. Desafiando o bloqueio naval israelense, a Coalizão da Flotilha da Liberdade (FFC, na sigla em inglês) foi detida na madrugada desta segunda-feira (9). Em um vídeo publicado na conta da FFC no X, o ativista holandês Mark van Rennes disse que o veleiro foi "sequestrado".
Israel confirmou a abordagem, afirmando que embarcação está sendo redirecionada para a costa do seu país e seus ageiros — que ironizou chamando de "celebridades" — voltarão para casa, incluindo Greta. Segundo a imprensa israelense, a embarcação está a caminho de Ashdod, cidade portuária cerca de 27 km ao norte de Gaza.
“O 'iate das selfies' das 'celebridades' está navegando em segurança para a costa de Israel. Espera-se que os ageiros retornem aos seus países de origem”, publicou o Ministério das Relações Exteriores israelense nas redes sociais, mostrando soldados distribuindo sanduíches e água aos ativistas.
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O barco Madleen, com bandeira britânica, operado pela FFC, partiu da Sicília em 6 de junho e esperava chegar a Gaza no final do dia, quando ocorreu a interceptação, informou o grupo em sua conta no Telegram. Pouco antes da declaração da FFC, o Ministério das Relações Exteriores de Israel postou um vídeo no X mostrando a Marinha israelense se comunicando com o Madleen por meio de um alto-falante, instando-o a mudar de rota.
— A zona marítima ao largo da costa de Gaza está fechada ao tráfego naval como parte de um bloqueio naval legal — disse um soldado. — Se você deseja entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza, pode fazê-lo através do porto (israelense) de Ashdod.
O veleiro, com sua tripulação de 12 pessoas, transportava um carregamento simbólico de ajuda humanitária, incluindo arroz e fórmula infantil. No sábado, a ativista alemã Yasemin Acar disse à AFP que o Madleen navegava ao longo da costa do Egito, fronteiriço com o território palestino, e que planejava chegar à Faixa de Gaza na manhã de segunda-feira.
O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, ordenou ao Exército neste domingo que impedisse o Madleen de chegar a Gaza, chamando a missão de um esforço de propaganda em apoio ao Hamas.
"A Greta, a antissemita, e aos seus companheiros, porta-vozes da propaganda do Hamas, digo claramente: voltem, porque não chegarão a Gaza", acrescentou.
Israel impôs um bloqueio naval ao enclave costeiro depois que o Hamas assumiu o controle de Gaza em 2007. O bloqueio permaneceu em vigor durante vários conflitos, incluindo a guerra atual, que começou após um ataque liderado pelo Hamas ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que matou mais de 1.200 pessoas, de acordo com dados israelenses.
O Ministério da Saúde de Gaza afirma que mais de 54 mil palestinos foram mortos desde o início da campanha militar de Israel. As Nações Unidas alertaram que a maioria dos mais de 2 milhões de residentes de Gaza está enfrentando fome. Segundo o governo israelense, o bloqueio é essencial para impedir que armas cheguem ao Hamas.