Centenas de incêndios florestais avançam no Canadá, fumaça chega aos EUA e à Europa
Todo verão o Canadá enfrenta incêndios florestais, mas o início precoce da temporada deste ano e a magnitude das chamas, preocupam as autoridades
Centenas de incêndios florestais, que forçaram a evacuação de mais de 26 mil pessoas, avançavam nesta terça-feira (3) no Canadá, com densas colunas de fumaça que afetaram milhões de canadenses e americanos e chegaram até a Europa.
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Alertas foram emitidos em algumas áreas do território canadense e em estados vizinhos dos Estados Unidos devido à perigosa qualidade do ar.
Uma base aérea de aviões-tanque foi consumida pelas chamas na província canadense de Saskatchewan (centro), e a produção de petróleo teve que ser interrompida na vizinha Alberta. As autoridades alertaram que o pior ainda está por vir.
"Dias difíceis nos aguardam", declarou em uma coletiva de imprensa o chefe de governo de Saskatchewan, Scott Moe, ao estimar que o número de evacuados pode aumentar rapidamente.
Todo verão o Canadá enfrenta incêndios florestais, mas o início precoce da temporada deste ano e a magnitude das chamas, que deixaram mais de 2 milhões de hectares queimados, preocupam as autoridades.
As províncias de Saskatchewan e Manitoba foram as mais afetadas. Ambas declararam o estado de emergência nos últimos dias.
Até esta terça-feira, havia 208 incêndios ativos em todo o Canadá. Metade estava fora de controle, segundo o Centro Canadense Interagencial de Incêndios Florestais estatal.
Muitas das populações afetadas são indígenas, e algumas pequenas localidades foram reduzidas a cinzas.
Além disso, a fumaça densa provocada pelos incêndios envolveu parte da América do Norte, o que obrigou os residentes de quatro províncias canadenses e dos estados americanos de Michigan, Minnesota, Nebraska e Wisconsin a limitarem suas atividades ao ar livre.
As enormes colunas de fumaça chegaram até a Europa, de acordo com um relatório desta terça-feira da agência de monitoramento climático da União Europeia.
Devido à sua grande altitude, não representam um risco imediato para a saúde, segundo o Serviço de Monitoramento Atmosférico Copernicus, mas é provável que causem céus nublados e pores do sol com coloração vermelho-alaranjada.
Espera-se que, nos próximos dias, novas colunas cubram ambos os continentes.
As mudanças climáticas aumentaram o impacto dos fenômenos meteorológicos extremos no Canadá, que ainda se recupera do verão boreal de 2023, quando 15 milhões de hectares de florestas foram devastados pelo fogo.