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PERNAMBUCO

Aumento de casos de queimaduras reforça alerta da UPA Caruaru sobre os riscos do uso de fogueiras

Ações preventivas e capacitações para atendimento às vítimas de queimaduras também são intensificadas

A Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Caruaru, que integra a Rede Estadual de Saúde de Pernambuco e é gerenciada pela Fundação Manoel da Silva Almeida (FMSA)/Hospital Maria Lucinda, registrou um aumento de 50% nos atendimentos por queimaduras em junho de 2024, em comparação ao mesmo período de 2022 - saltando de 18 para 27 casos.

Com a chegada das festividades juninas, período marcado pelo uso de fogos de artifício, fogueiras e práticas domésticas de risco, a unidade tem intensificado a capacitação das equipes assistenciais e as ações de orientação à população, com foco na prevenção de acidentes e na qualificação do cuidado. 

De acordo com o levantamento, em 2022, foram registrados 18 casos. Já em 2023, esse número subiu para 19. E, em junho de 2024, foram contabilizados 27 atendimentos. A diretora do equipamento estadual de saúde, Larissa Martins, destaca que o cenário acende um sinal de alerta para as equipes de saúde e reforça a necessidade de ações preventivas e protocolos bem estabelecidos.

“A UPA Caruaru já iniciou, em maio, um ciclo de capacitações voltado à abordagem clínica e humanizada dos casos que se tornam mais frequentes durante o período junino.  O treinamento foi realizado com a participação da equipe multiprofissional, abordando desde a classificação e o reconhecimento das queimaduras até o manejo inicial na urgência”, explica a gestora.

Durante o atendimento ao paciente queimado, a equipe realiza uma abordagem sistematizada, iniciando pela avaliação das vias aéreas, respiração e circulação, com atenção especial à possibilidade de comprometimento respiratório e sinais de choque.

“Em seguida, é feita a avaliação da extensão e profundidade da queimadura, com condutas iniciais como: interrupção imediata da exposição à fonte de calor; istração de analgesia adequada; reposição de líquidos em pacientes com queimaduras moderadas a graves; limpeza cuidadosa da área afetada e aplicação de curativo provisório estéril, além da atualização da vacinação antitetânica, quando indicada”, detalha a coordenadora de enfermagem da UPA Caruaru, Jéssica Santos. 

As queimaduras mais comuns nesse período são provocadas pelo uso indevido de fogos de artifício, contato direto com fogueiras, uso de líquidos inflamáveis (álcool, gasolina e querosene) para acender o fogo, além de acidentes domésticos com líquidos quentes. Casos como queimaduras de terceiro grau, lesões em áreas especiais (face, mãos, pés, períneo ou articulações), inalação de fumaça, pacientes pediátricos ou idosos com grandes extensões corporais afetadas são regulados e encaminhados para centros especializados, como o Hospital da Restauração, no Recife, referência no tratamento de queimados.

A UPA Caruaru também desenvolve ações educativas voltadas à prevenção de acidentes com queimaduras, direcionadas tanto ao público interno quanto à comunidade local.

“As orientações visam alertar sobre o uso responsável de fogos de artifício, o perigo da utilização de líquidos inflamáveis e a importância da supervisão constante de crianças, que estão entre os grupos mais vulneráveis”, ressalta Larissa Martins.

“Entre as principais recomendações readas à população estão: não permitir que crianças manuseiem fogos de artifício, inclusive os considerados inofensivos, como traques ou estrelinhas; utilizar fogos apenas em ambientes abertos, longe de pessoas, casas, veículos e redes elétricas; nunca reacender fogos que falharam; evitar acender fogueiras com substâncias inflamáveis como álcool, gasolina ou querosene; manter distância segura de fogueiras; dispor de baldes com água ou extintores nas proximidades e utilizar roupas de algodão, que são menos inflamáveis que tecidos sintéticos”, destaca a coordenadora de enfermagem, Jéssica Santos.

Além das medidas técnicas, a UPA Caruaru reforça o compromisso com o acolhimento humanizado desde o primeiro contato do paciente com a equipe.

“Há uma escuta qualificada e orientação clara quanto ao fluxo de atendimento e transferências, com envolvimento de profissionais de diversas áreas, como assistência social, para garantir um cuidado integral. Em situações de vulnerabilidade social, a equipe também realiza encaminhamentos para a rede de saúde e assistência social do município”, diz Larissa Martins.

As UPAs de Pernambuco seguem mobilizadas para garantir resposta rápida, segura e eficaz às demandas de urgência e emergência durante o mês de junho, com ênfase na prevenção e no cuidado humanizado.

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