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Inadimplência sobe e sinaliza crédito mais caro, alerta presidente da Anfavea

Elevação dos juros foi citada por Calvet como uma variável que traz mais preocupação do que o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)

A direção da Anfavea, entidade que representa as montadoras instaladas no Brasil, manifestou nesta quinta-feira, 5, preocupação com o avanço da inadimplência nos financiamentos de veículos, que, junto com a elevação dos juros de referência, a Selic, aponta para um custo de crédito mais caro.

"A inadimplência mostra elevação gradual e nos sinaliza que podemos ter contração da demanda em virtude de crédito mais caro", comentou o presidente da Anfavea, Igor Calvet, durante a apresentação dos resultados do setor em maio.

A elevação dos juros foi citada por Calvet como uma variável que traz mais preocupação do que o aumento das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), uma vez que há confiança nas negociações entre governo e Congresso em torno de alternativas à alta do tributo.

Conforme a Anfavea, a inadimplência no crédito para pessoa física chegou a 5%, enquanto no da pessoa jurídica está em 3%.

Quanto ao IOF, a direção da Anfavea chamou a atenção para potenciais impactos da elevação do imposto no mercado de automóveis, que está em desaceleração. Porém, citando as negociações entre governo e Congresso em torno de alternativas ao IOF mais alto, a associação disse que confia na revogação ou alteração drástica da medida.

"Estamos confiantes de que o governo, o Ministério da Fazenda e o Legislativo encontrarão uma solução em prol da indústria e da produção nacional", declarou Igor Calvet.

Ele comentou que as últimas notícias, assim como os retornos que a entidade tem recebido do governo e do Congresso, trouxeram alívio de que haverá uma "boa surpresa" em relação às novas alíquotas do tributo. "Estamos mais tranquilos de que medidas serão revistas. Serão ou revogadas ou alteradas drasticamente."

Calvet salientou que o aumento do IOF traz um custo adicional às empresas que, se não for absorvido pelas marcas, comprimindo a margem de lucro, terá que ser reado aos preços, dificultando as vendas.

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