Consignado para CLT chega a R$ 10 bi em empréstimos e atende 1,8 milhão de pessoas, diz ministério
Criado para conter o avanço dos juros altos, programa tem média de R$ 5,4 mil por contrato
O programa Crédito do Trabalhador já movimentou R$ 10,1 bilhões em empréstimos consignados para empregados com carteira assinada (CLT). O dado foi divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta quarta-feira e aponta que cerca de 1,8 milhão de pessoas já contrataram a nova linha, criada para oferecer juros mais baixos.
Segundo o ministério, boa parte dos recursos foi usada para quitar dívidas antigas, como empréstimos pessoais e consignados com taxas mais altas. Desde 25 de abril os trabalhadores podem migrar esses débitos para a nova linha. A pasta ainda informou que só essa funcionalidade aumentou em R$ 2 bilhões o total liberado em apenas 11 dias.
Uma nova etapa do programa será implementada no dia 16 de maio, quando começa a portabilidade entre instituições financeiras. A medida vai permitir que o trabalhador leve o empréstimo para outro banco com juros menores. A funcionalidade estava prevista para começar no dia 6, mas foi adiada por decisão conjunta do Ministério do Trabalho, da Dataprev e das instituições financeiras, para garantir tempo adicional de homologação da plataforma.
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De acordo com o Ministério, o valor médio dos empréstimos concedidos é de R$ 5.434, com prestação mensal em torno de R$ 327 e prazo de pagamento de 17 meses.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou que a linha pode melhorar o orçamento das famílias, mas reforçou a necessidade de cautela.
Atualmente, 35 instituições operam o Crédito do Trabalhador. O Banco do Brasil lidera a concessão, com R$ 2,7 bilhões liberados, sobretudo para a quitação de dívidas anteriores. Os maiores volumes de crédito foram registrados em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Paraná e Rio Grande do Sul.
O modelo permite a contratação de empréstimo em um aplicativo do governo após uma espécie de leilão de taxas de juros. Antes, o consignado para empregados do setor privado dependia de acordos bilaterais entre bancos e empresas.