Chefe de Fed regional atrela juros a tarifaço
Segundo Jeffrey Schmid, há uma percepção de que taxas mais altas tendem a elevar os preços e reduzir atividade e emprego, mas "com menos convicção sobre a magnitude e o momento desses efeitos"
As incertezas em torno da política tarifária dos Estados Unidos estão dificultando a definição da trajetória dos juros, afirmou nesta quinta (5) o presidente do Federal Reserve (Fed) de Kansas City, Jeffrey Schmid. Ele ressaltou que os efeitos potenciais das tarifas sobre os dois pilares do mandato do banco central americano - a estabilidade de preços e o pleno emprego - são motivo de atenção crescente. Nos EUA, há 12 bancos regionais que atuam como braço operacional do Fed.
Leia também
• Justiça bloqueia veto de Trump a estudantes estrangeiros em Harvard
• Xi diz a Trump que é preciso 'corrigir o curso' das relações EUA-China
• Petróleo fecha em alta com trégua entre EUA e China e tensões geopolíticas no radar
"Grande parte dessa incerteza parece estar relacionada à trajetória e ao potencial impacto das mudanças na política tarifária", disse Schmid, após relatar conversas com empresários e contatos em sua região.
Segundo ele, há uma percepção de que tarifas mais altas tendem a elevar os preços e reduzir atividade e emprego, mas "com menos convicção sobre a magnitude e o momento desses efeitos".
Apesar de considerar que o Fed está "tão próximo de cumprir seu mandato quanto esteve em muito tempo" - com a inflação em 2,1% em abril, "um nível que considero alinhado com o objetivo de inflação de 2% do Fed", e o desemprego em 4,2% -, Schmid destacou que os efeitos da política monetária têm defasagens e que "as perspectivas para a economia estão atualmente muito incertas".
Para ele, é possível que tarifas pressionem os preços nos próximos meses, mesmo após dados recentes de inflação.