Brasil emite títulos em dólar para reforçar caixa e se antecipar a vencimento da dívida externa
Título de 2035 pagará juros de 6,625% ao ano
O Tesouro Nacional anunciou nesta quarta-feira a emissão de novos títulos da dívida pública no mercado internacional. A operação inclui um título inédito com vencimento em 2030 e a reabertura de um papel já existente que vence em 2035. Ambos são chamados de global bonds e são emitidos em dólar.
Esses papéis funcionam como uma forma de o Brasil captar dinheiro agora, no exterior, para se preparar para o pagamento de dívidas futuras em moeda estrangeira. Segundo o Tesouro, o objetivo é reforçar a presença do país no mercado internacional, dar mais previsibilidade à gestão da dívida pública e servir como referência, ou benchmark, para empresas brasileiras que também queiram captar recursos lá fora.
Um benchmark, nesse caso, é um título usado como referência de preço e prazo. Ele ajuda o mercado a definir quanto vale o risco de emprestar dinheiro ao Brasil, o que também influencia as condições de empréstimos para empresas brasileiras no exterior.
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A operação está sendo coordenada pelos bancos BNP Paribas, Citigroup e Santander, e o resultado, incluindo o valor total arrecadado e as taxas de juros, será divulgado ao fim do dia.
Segundo o Tesouro, o título de 2035 pagará juros de 6,625% ao ano, os mesmos das emissões anteriores desse papel. Já o novo título de 5 anos ainda não teve sua taxa de juro divulgada. A expectativa é de que os dois papéis sejam negociados na Bolsa de Londres, no chamado International Securities Market.
O dinheiro obtido com a emissão será usado para pagar parte da dívida pública externa já existente, o que pode ajudar a melhorar o perfil da dívida e dar mais segurança aos investidores.