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MANGUE

Um replay em "Da Lama ao Caos": projeto traz releituras do emblemático álbum do Manguebeat

Barbarize, Marcelo D2, Jup do Bairro, Duda Beat, FBC, Mago de Tarso estão entre os artistas que gravaram; série documental sobre o processo é exibida no Canal BIS

Álbum seminal do Manguebeat, “Da Lama ao Caos” (1994), estreia fonográfica de Chico Science & Nação Zumbi, acaba de ganhar uma emocionante releitura através do projeto Replay, que reuniu artistas – consagrados e expoentes – da cena musical contemporânea para reinterpretar as músicas do disco.

Com nomes como Barbarize, Marcelo D2, Jup do Bairro, Duda Beat, FBC, Mago de Tarso, Chico Chico, Black Pantera, Uana, Sofia Freire, Chinaina, Luana Flores e Louise – filha de Chico – o álbum musical está disponível nas plataformas de streaming desde a última sexta (30).

O projeto também rendeu um audiovisual, em oito episódios – que registrou o processo de gravações das músicas e depoimentos dos artistas participantes –, que vai ao ar todas as sextas, às 21h, no Canal BIS/Globoplay.

Replay Da Lama ao Caos
Realização da Mescla Entretenimento junto ao Canal BIS e à Globoplay, o projeto Replay chega à sua segunda temporada. A primeira, em 2020, homenageou “Acabou Chorare” (1976), dos Novos Baianos.

Dessa vez, os olhares (e ouvidos) se voltam para o álbum que há 30 anos revolucionou a música pernambucana e brasileira.

“É um disco que eu sempre achei beirando a perfeição. Foi um negócio muito revolucionário para a época que foi lançado. Acho até que muita gente não estava preparado para isso, além de ser um  disco que continua sendo super atual ainda hoje”, diz José Tapajós, idealizador e diretor geral do projeto Replay.

Diversidade
Assim como preconizava o ideário mangue, a diversidade é algo que permeia o “Replay Da Lama ao Caos”, uma vez que são bem diversos entre si os artistas convidados. Cada um(a), com liberdade suficiente para (re)criar sua música como bem quisesse.

“Isso fez o disco virar algo que vai para muitos lugares. A gente teve uma direção musical à disposição, mas cada um produziu a sua música com total liberdade. Ficou uma coisa muito pessoal para os artistas e o disco ficou muito variado”, conta Tapajós.

Isso resultou em versões bem próprias e cheias de autoralidade, como a do mineiro FBC em “Samba Makossa”; o peso que a banda Black Pantera colocou em “Rios, Pontes & Overdrives”; ou a levada de hip hop envenenado que Marcelo D2 e Zegon vestiram em “Banditismo por uma Questão de Classe”.

A maioria dos convidados é “Made in Pernambuco”: Mago de Tarso, o “caranguejo do trap”, ficou com o single “Antene-se”; Uana canta “A Praieira”; Sofia Freire recria a instrumental “Salustiano Song”, em parceria com Chinaina, que entoa versos de “Salu na Rabeca é Bom”; coube a Duda Beat a releitura da faixa-título; a dupla Barbarize refez “Maracatu de Tiro Certeiro”; e Louise regravou “Risoflora”.

Audiovisual
“Replay Da Lama Ao Caos” também ganhou um registro audiovisual, dividido em oito episódios, de 24 minutos cada, que irão ao ar, todas as sextas, às 21h, no canal BIS/Globoplay. O primeiro foi ao ar no dia 30 de maio. 

No último, uma “audição às cegas” do disco, feita com três pessoas envolvidas com “Da Lama ao Caos”: o guitarrista Lucio Maia, o produtor musical Liminha e a jornalista Lorena Calábria, que escreveu o livro “Chico Science & Nação Zumbi: Da Lama ao Caos” (2019).

E um spoiler: o último episódio também exibirá uma jam session reunindo Lucio Maia (guitarra), Liminha (contrabaixo), Louise e Marcelo D2 (vocais), Chucky Hipólito (bateria) e Otto (percussão). Juntos, tocarão duas músicas do “Da Lama ao Caos”.

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