Haja sabedoria nos sons aos redores
Os ruídos de uma nova economia que avança com reconhecimemto e prêmios internacionais
Nem sempre o silêncio pode não ser dos inocentes. Muitas vezes, o sucesso pode estar no segredo dos olhos. Mais precisamente, de quem tem paciência para enxergar longe. Em particular, quando a dinâmica econômica prova que funciona por outros eixos. Com mais conhecimento científico e pitadas de criatividade para fortalecer nossa identidade cultural. Na base de regras sustentáveis que dão outro ritmo ao processo de desenvolvimento.
Começo por enaltecer uma cota de inovação científico-tecnológica, que nutre nossas instituições de pesquisas. Se tínhamos motivos para nos orgulhamos da Embrapa, que tal um mérito do calibre se um prêmio Nobel? Pois é, o maior prêmio concedido para a pesquisa destinada à agricultura, esta agora pintado de verde e amarelo.
E para dar um tom diferente e dizer como Rita Lee, que tem cor de "rosa choque", que tal dourar a láurea com o nome de uma brasileira? De fato, a engenheira agrônoma e pesquisadora Mariangela Hungria foi agraciada dias atrás com o Prêmio Mundial da Alimentação, por seu trabalho com insumos biológicos que revolucionaram a agricultura.
De fato, as pesquisas conduzidas por Mariangela favoreceram inúmeros tratamentos biológicos para sementes. Um trabalho competente que já contribuiu, significativamente, para a melhoria da produtividade de muitas culturas. Um trabalho profícuo, que reduziu a necessidade de fertilizantes químicos. Porranto, um exemplo cabal de que se pode exercer a missão do agro, combinando resultados econômicos com compromissos ambientais. No melhor estilo de promoção do desenvolvimento sustentável.
Já no último final de semana, as conquistas vieram da França e deram prosseguimento à capacidade do setor audiovisual brasileiro de ser ainda mais reconhecido como gerador de conteúdos, culturalmente criativos, tanto quanto, economicamente valorizados. Aqui me refiro aos prêmios alcançados pelo filme "O Agente Secreto", no prestigiado Festival de Cannes. O mérito concedido ao filme do competente Diretor pernambucano, Kleber Mendonça, consagrado por dois prêmios (o dele próprio como Direror e o de melhor ator), representa uma extensão do que o mercado internacional do audiovisual tem reservado ao setor que aqui tanto próspera. O Oscar do filme "Ainda Estou Aqui" (de Walter Salles) e o Urso de Prata do filme "O Último Azul (de Gabriel Mascavo) bem expressam este meu sentimento de percepção do papel do audiovisual brasileiro. A propósito, lembrando que Gabriel reforça a condição de ser tão pernambucano quanto Kleber.
Em síntese, apesar do silêncio aqui justificado por uma reverberação que não está a altura da grandeza de certas premiações internacionais, estão aí exemplos de setores como a agricultura sustentável e o audiovisual, que bem expõem a face desse novo dinamismo econômico. Casos que comprovam o quanto a criatividade e a inovação técnico-científica põem o fator humano como núcleo das relações econômicas modernas.
De verdade, é preciso exercitar a sabedoria de ouvir e entender os sons aos redores, pois nestes estão os ruídos de uma nova ordem econômica mundial.