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Quase metade da Geração Z não controla suas finanças, diz pesquisa

De acordo com a CNDL, 47% dos jovens da Geração Z, não fazem nenhum planejamento financeiro

Crescer em um ambiente totalmente digital, com o ir à informação, não significa, necessariamente, estar preparado para enfrentar os desafios práticos da vida adulta. Um levantamento preocupante, realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com o Sebrae, aponta que 47% dos jovens da Geração Z, com idades entre 18 e 24 anos, não realizam qualquer tipo de controle financeiro pessoal.

Essa geração, considerada a primeira nativa digital da história, enfrenta obstáculos que vão muito além da tecnologia. Embora estejam hiperconectados, muitos ainda não desenvolveram competências emocionais e financeiras essenciais para manter uma vida econômica equilibrada. Comportamentos como compras impulsivas, uso excessivo do cartão de crédito e gastos elevados com delivery, moda, tecnologia e entretenimento são hábitos frequentes que comprometem diretamente sua saúde financeira.

De acordo com o mentor empresarial André Minucci, a raiz dessa dificuldade está na falta de preparo emocional e na ausência de uma formação consistente em educação financeira desde a infância.

“A geração da informação ainda não aprendeu a lidar com dinheiro e, sobretudo, com as próprias emoções. Apesar de terem o a tudo, não foram ensinados a enfrentar frustrações, desejos e o imediatismo. Esse despreparo reflete diretamente na forma como gerenciam suas finanças”, alerta Minucci.

Sinal

Os dados revelados pelo estudo funcionam como um sinal de alerta, não apenas para os jovens, mas também para pais, educadores e empresas. Muitos ingressam na vida adulta sem compreender noções básicas, como elaborar um orçamento, constituir uma reserva de emergência, controlar gastos ou planejar o futuro financeiro.

Para Minucci, o desenvolvimento da inteligência emocional é peça-chave nesse processo. Sem essa habilidade, o comportamento financeiro tende a ser dominado por impulsos, ansiedade e pela busca incessante por gratificação imediata.

“Sem o controle das emoções, os impulsos assumem o comando e as finanças se desorganizam. Por isso, investir em inteligência emocional é tão importante quanto aprender a montar uma planilha ou começar a investir. É uma forma de educar não só a mente, mas também o bolso, para alcançar uma prosperidade sustentável”, reforça o mentor.

A falta de planejamento financeiro nesta fase da vida pode gerar consequências de longo prazo, prejudicando a realização de sonhos como viajar, adquirir um veículo, financiar um imóvel ou até empreender.

Educação financeira

Por essa razão, especialistas defendem que a mudança desse cenário depende da combinação entre educação financeira e desenvolvimento emocional. Cursos, mentorias, treinamentos e até conteúdos gratuitos disponíveis na internet podem ser importantes aliados nessa trajetória.

Assim, o levantamento serve como um convite à reflexão: não basta estar conectado ao mundo digital, é preciso estar em sintonia com suas próprias escolhas, emoções e finanças. Afinal, quem não istra bem o próprio dinheiro, acaba sendo istrado por ele.

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